Quando fico um tempo sem
atualizar meu blog, sempre vem um amigo e pergunta o por que. Fico feliz em
saber que meus leitores sentem faltam dos meus textos. Mas a resposta é muito
simples: não tive vontade ou tempo de atualizar. Tenho uma amiga que diz que
para se ter um blog é necessário ter uma frequência de atualização, tipo uma
vez por semana, sempre às quartas-feiras. Desta forma, meus leitores sabem
quando terão um texto novo em folha para lerem. Boa dica a dela, mas eu não
sigo e não pretendo seguir.
Criei este blog porque sentia
falta de escrever e, principalmente, de escrever sobre o que eu quisesse. Sou
jornalista e, diferente de muitos que se formam em jornalismo, eu gosto de
escrever. Nunca tive a pretensão de ser a próxima Fátima Bernardes nem de retratar
tão bem a vida quanto Martha Medeiros. Confesso que escolhi jornalismo por
falta de opção e por não querer parar de estudar. Fui muito incentivada pelo
meu avô Manoel Mataveli a escolher essa profissão. E, no final, descobri que era
isso mesmo que eu tinha que fazer. O jornalismo é uma das minhas paixões, assim
como minha família, minhas amigas, o voleibol, o meu trabalho e o meu blog. E
paixão pra mim é fazer aquilo que se gosta durante o tempo em que isso seja
prazeroso. E é por isso que muitas vezes largo o blog de lado. Por que durante
um tempo ele deixa de ser prazeroso, por falta de inspiração, vontade ou por
qualquer outro motivo. E quando isso acontece, eu prefiro parar de escrever que
fazer por obrigação.
E é mais ou menos assim que tudo
acontece na minha vida. O trabalho, por exemplo, acredito que temos que amar
aquilo que fazemos, já que passamos dez horas ou mais no local de trabalho, e
ficamos mais tempo ao lado de pessoas “estranhas” do que de nossa própria
família. E, hoje, o trabalho é uma das minhas paixões. O dia em que eu acordar
de manhã e já não enxergar mais motivos para ir trabalhar, é porque a paixão
acabou. E quando a paixão acaba não tem porque insistir. Melhor encerrar o
ciclo e iniciar uma nova etapa.
E assim vou tentando me livrar de
tudo o que me faz mal e focar naquilo que me dá prazer em fazer. Embora nem
sempre isso seja possível, a paixão sempre vai ser meu critério para continuar
ou não levando uma situação adiante, em qualquer sentido. Em alguns momentos,
posso até me precipitar (já perdi boas oportunidades por não ter paciência de
esperar), mas no geral, fazendo aquilo que gosto sempre e não me sentindo
obrigada a empurrar com a barriga, é o que me torna uma pessoa mais feliz e
menos pedante para os outros.
Uma das coisas que mais me
incomodam é gente infeliz, amarga e pessimista. Gente que não sabe o que está
fazendo no mundo e por isso atrapalha a vida dos outros. Dizem coisas absurdas
a respeito da vida alheia quando na verdade está se referindo a si mesmo, mas
não tem discernimento e Inteligência suficiente para assumir. Pessoas assim não
sabem o que é ter paixão por alguma coisa e se deixar levar por ela, semeando
boas energias. Pessoas assim talvez nunca se apaixonaram na vida por nada, nem
ninguém. Suas únicas paixões são o espelho e o prazer de incomodar a vida
alheia. Pessoas assim não suportam a felicidade dos outros, como se isso fosse
uma afronta.
É por isso que prefiro fazer
apenas aquilo que me traz prazer e deixar de lado o que me incomoda. Posso até
me precipitar e perder o controle de vez em quando (afinal, não dá para sorrir
100% do tempo), mas nunca carregarei o peso de ser indesejável e insuportável o
tempo todo. O tipo de pessoa que ninguém quer por perto e tratam bem por
obrigação ou educação. O dia em que isso acontecer é porque perdi totalmente a
paixão pela vida e me tornei inútil no mundo.