O dinheiro compra bens materiais, paga viagens, garante bons estudos. Mas também compra pessoas, favores e silêncios. A vida traz experiência, maturidade, conhecimento. Mas também traz malandragem, falsidade, falta de vergonha na cara. Nesse jogo de certo e errado, de prós e contras, o que determina de qual lado da história nós vamos ficar é o berço. A nossa origem e a forma como fomos criados são responsáveis pelo o que somos hoje.
O nosso caráter é formado a partir dos princípios e valores que nos foram passados desde pequenos. Famílias desestruturadas, sem valor nenhum para transmitir, criam filhos soltos no mundo e vulneráveis. São crianças e adolescentes que estão à mercê da sociedade e, por isso, são facilmente levados para o chamado mau caminho.
Quando falamos em famílias desestruturadas logo vêm à mente a falta de dinheiro, as condições precárias de moradia, a mãe de sete filhos, sendo um de cada pai. Engana-se quem pensa assim. Prova disto é a quantidade cada vez mais crescente de jovens de classe média alta que se envolvem com crimes, tráfico de drogas, fraudes, roubos e por aí vai.
Estrutura familiar, princípios e valores não têm nada a ver com dinheiro. Têm a ver com honestidade, dignidade, ética, generosidade e, principalmente, com exemplos. Nossos filhos aprendem a ser gente vendo a gente. É observando as nossas ações, ouvindo as nossas conversas e seguindo as nossas orientações que eles vão aprender a serem humanos. O mundo lá fora também exerce influência em sua formação, porém, se estiverem bem alicerçados dentro de casa, não tenha dúvida de que eles saberão fazer a escolha certa.
Precisei desse discurso pedagógico para entender por que alguns adultos são como são hoje. Tem gente que vive escondendo sujeira debaixo do tapete e acha que nunca vai ser pego. Por outro lado, tem gente que vê tudo isso e fica calado, como se fosse normal. Quer um exemplo? Brasília. Tem um monte de político corrupto achando que pode dar golpes aqui e ali, embolsar uma grana, superfaturar uma obra que ninguém vai pegar. Quem enxerga o que está acontecendo, finge que não vê porque também está sujo na praça. Enquanto isso, o povo brasileiro que trabalha para pagar impostos assiste de camarote a roubalheira e a falta de caráter e não faz nada. É normal. Estranho seria se eles estivessem querendo devolver dinheiro para o povo ou reduzir impostos. Aí sim seria motivo para preocupação.
Em meio a esta dura realidade dou graças a Deus por ter nascido em berço de ouro. Mas no meu caso o ouro não vem do dinheiro, porque isso minha família nunca teve. O que vale ouro em minha vida são os princípios e valores que meus pais ensinaram a mim e ao meu irmão. Eles nos ensinaram que é feio roubar o que não é nosso, que é feio mentir para esconder um erro, que é feio enganar as pessoas e mais feio ainda humilhar os outros. Eles nos ensinaram que não há dinheiro no mundo que compre a honestidade e o sossego de deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo, sem peso na consciência.
Em tempos de valores invertidos, a honestidade e a ética estão valendo ouro no mercado. Se você recebeu a mesma criação que eu, é melhor não divulgar isso para ninguém. Estamos correndo sérios riscos de roubarem o ouro do nosso berço.
2 comentários:
Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para mim o termo 'Nascer em berço de ouro'tem outra conotação. Acredito que nascer em berço de ouro é nascer num lar em que os pais sejam amorosos, carinhosos, educadores para a paz, e acima de tudo éticos.Se uma criança nascer em lar assim seja rico ou pobre podem ter certeza ela terá nascido em berço de ouro.
Parabéns
Adorei Fabi...
era o q precisava ouvir hj
Obrigada
Bjs
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