19/05/2011

Empurrando com a barriga


“Meu casamento está falido; o que eu queria mesmo era o divórcio e a liberdade”. “Odeio o lugar onde eu moro; meu sonho era mudar para outro Estado”. “Sou menos que um número na empresa onde trabalho; minha vontade era largar tudo e montar um negócio próprio”. “Não aguento mais ser humilhada pela minha cunhada; um dia eu ainda dou uns tapas nela”. Enquanto não tomamos uma atitude, vamos empurrando com a barriga.

Nós humanos somos muito complicados. Preferimos arrastar problemas que nos consomem cada vez mais do que tomar uma atitude e mudar a situação. Parece que se não tivermos do que reclamar, se não tivermos alguma insatisfação na vida, não conseguiremos viver. Se o que buscamos é a felicidade, porque insistimos tanto em continuar nos fazendo infelizes e frustrados? Por que empurramos tanto com a barriga situações que só dependem de nós mesmos para serem mudadas?

Você já parou para pensar no tempo que você está perdendo enquanto não toma uma atitude? Eu já. Aliás, paro sempre para refletir. E de vez em quando minha consciência me pega de jeito e me faz reavaliar até que ponto vale a pena insistir em certas situações. Tive a felicidade de conseguir mudar algumas vezes, jogar tudo para o alto e fazer o que eu queria. Confesso que nunca me arrependi disso. Mas logo vem o comodismo de novo. Normal, afinal sou humana.

Mas uma coisa sempre me deixa preocupada. Quanto mais insistimos em continuar empurrando com a barriga, mais tempo perdemos, mais frustrados ficamos e mais problemas acumulamos. Se você está insistindo em permanecer em alguma situação que já ultrapassou o limite, arrume um tempo para pensar. É melhor pular fora de um barco furado do que afundar junto com ele.

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