28/03/2011

A ciência da vida

Se a vida fosse uma ciência exata, poderíamos medir nossos atos e as consequências deles. Poderíamos esticar uma trena e calcular nossos sentimentos e saber, com exatidão, se amamos mais ou menos que alguém. Poderíamos saber o real tamanho das nossas tristezas e alegrias. Poderíamos dizer, com certeza, o quanto magoamos alguém. Daria para pesarmos tudo e, desta forma, saber a hora certa de tirar o peso das costas. Saberíamos os quilos exatos de uma consciência pesada. E tudo poderia ser feito na medida certa, com a quantidade exata de ingredientes. Nada a menos, nada a mais. A vida seria bem mais fácil.

Mas a vida não é uma ciência exata, é uma ciência humana. E por ser humana é cheia de incertezas, de indecisões, falhas, consequências, decepções, surpresas que não se podem mensurar. Tudo é relativo. Tudo é subjetivo. Tudo depende de um ponto de vista. Como saber se somos amados tanto quanto amamos? Como saber se magoamos tanto quanto fomos magoados? Como saber se somos tão felizes quanto julgamos ser? Para essas outras perguntas não existem respostas na ciência da vida.

Somente com o passar dos anos e com a experiência adquirida através dos tombos e glórias chegaremos à sabedoria necessária para entender o real valor de tudo o que tentamos mensurar a vida toda. Então, descobriremos que para algumas coisas caímos na real tarde demais. Por isso, nada melhor do que o bom senso para nos dizer e nos fazer entender o quanto representa cada sentimento, ato ou consequência em nossa vida e na vida do outro. Afinal, cada um tem sua própria balança e fita métrica para medir as coisas de acordo com sua conveniência e bagagem de vida.

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