Nunca consegui falar o que sinto. Sempre me comuniquei melhor com as palavras escritas. Elas me possibilitam pensar antes de escrever. Palavras faladas saem sem pensar e machucam mais facilmente. Mas tenho dificuldades de expressar o que sinto mesmo através de palavras escritas, porque não sei ao certo o que sinto.
Por um lado tenho tudo o que quero. Por outro me falta tudo o que sempre quis. Às vezes sinto que deveria largar tudo e fugir, ir embora daqui, e começar uma vida em outro lugar. Mas isso não vai mudar o que sinto. O que está dentro de mim vai me acompanhar para onde quer que eu vá. Às vezes sinto que deveria seguir meu coração e ir atrás do que ele quer. Mas sinto também que não sei exatamente o que ele quer.
O que eu sei é que o que sinto dói. Sinto dor no peito, no coração e na cabeça. Dores que chegam de repente e, repentinamente, vão embora. Dores que me apavoram, que me fazem chorar, que me fazem temer os fantasmas que estão escondidos no fundo da minha alma e que insistem em me assombrar. Às vezes sinto que me arrasto pela vida e a vejo passar pela janela do meu quarto sem esboçar qualquer reação, sem ter coragem de levantar e seguir em frente. No dia seguinte, tudo parece estar no lugar de sempre, o dia está lindo e eu agradeço a Deus por mais uma chance de continuar vivendo.
Essa confusão de sentimentos me consome. Ao mesmo tempo, me dá forças para não desistir de lutar, na certeza de que dias melhores virão. Afinal, tudo o que sinto só diz respeito ao meu presente e ao meu passado. Não posso sentir o futuro. Em relação a ele, só sei que nada sei.
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