Dizem que salário não é tudo. E eu concordo com isso. Trabalhar é muito mais do que apenas dar conhecimento e experiência e receber em troca dinheiro e um pacote de benefícios (alguns maquiados). Quem dera se o trabalho servisse apenas para se comprar o pão de cada dia! A realidade é muito mais complexa que isso.
Trabalhar é ocupar a cabeça, exercitar o cérebro, relacionar-se com as pessoas, aprender, ensinar, tolerar, ter paciência. O trabalho traz dignidade, ajuda na formação do caráter, fortalece a mente, encoraja, amadurece e é capaz de formar um ser humano. Trabalho é local de amizade, de desafios, de momentos alegres e tensos. Também é lugar de estresse, humilhação, esgotamento, falta de respeito, paciência e tolerância.
Além de tudo isso, ainda passamos mais tempo no trabalho do que com a nossa família. Dispensamos mais horas trabalhando com pessoas desconhecidas ou que não gostamos, do que curtindo as pessoas que mais amamos na vida. Muitas vezes, trabalhamos mais do que as horas estabelecidas em contrato. Damos o sangue, enfrentamos os desafios, resolvemos problemas, assumimos responsabilidades e superamos as expectativas. Alguns são valorizados e reconhecidos por tanto esforço e dedicação. Outros passam despercebidos aos olhos das chefias ou recebem o mesmo tratamento que aqueles que pouco contribuem com a empresa.
Diante de toda essa complexidade trabalhista, fica cada vez mais difícil encontrar um equilíbrio na relação empresa X empregado. De um lado, as empresas exigem cada vez mais de seus profissionais e nem sempre estão dispostas a pagar por isso. Ou então sequer oferecem uma estrutura básica de recursos humanos e tecnológicos, além de condições de trabalho para que o serviço seja feito com a excelência exigida.
Por outro lado, os profissionais estão cada vez menos capacitados para atender às necessidades das empresas. Como se não bastasse a falta de conhecimento técnico e experiência, está cheio de gente no mercado que adora fazer corpo mole, reclamar da empresa e dos benefícios, que é irresponsável com suas atribuições, não trabalha um minuto além do combinado, não derrama uma gota de suor para agilizar o trabalho atrasado ou para melhorar seu desempenho. Além disso, comporta-se mal, tem problemas de relacionamento com os colegas de trabalho e ainda exige tudo e mais um pouco da empresa.
Encontrar um bom profissional não é fácil. É tão difícil quanto encontrar um bom emprego. Ambos são concorridos. Todo mundo está atrás deles.
Nunca foi tão complicado levar o pão de cada dia para casa.
Um comentário:
Fabi, adoro seu blog, sua maneira de escrever e os assuntos abordados. Simples e profundo.
Realmente está difícil encontrar bons empregos e bons profissionais. Por isso, é muito importante valorizarmos uns aos outros - empregados e empregadores.
Beijos... saudades... Mi
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