Não tenho dúvidas de que o mundo está evoluindo cada vez mais rápido. Também não tenho como não aceitar que muitas novidades que estão surgindo são fascinantes. Hoje, não consigo imaginar minha vida sem celular e internet. O que me assusta neste admirável mundo novo é pensar em onde isso tudo vai parar! Dez anos atrás, eu me divertia com um Disc Man. Andava pra baixo e pra cima com uma disqueteira e vivia trocando os CDs quando enjoava das músicas. Hoje, ouço música no celular, quantas quiser, dos mais variados gêneros e artistas.
Fiquei extasiada quando ganhei no Natal de 1995 uma máquina de escrever Olivetti do meu avô, depois de ter concluído meu curso de datilografia. Minha vida ficou muito mais fácil. Troquei os trabalhos feitos a mão nas folhas de almaço, com espaçamento de um dedo indicador no início de cada parágrafo, por páginas e páginas datilografadas. Uma inovação!
Quando criança minhas brincadeiras favoritas não estavam relacionadas a uma tela de computador ou a um videogame de última geração. Brincava na rua de amarelinha, elástico, queimada, bandeirinha, pega-pega, esconde-esconde, taco, vôlei, bicicleta. Adorava o horário de verão, porque podia ficar até mais tarde na rua.
Quando assistia à TV, meus programas e desenhos favoritos eram os Smurfs, Ursinhos Carinhosos, Caverna do Dragão, Power Rangers, Punk, Cavalo de Fogo e Carrossel. Acordava cedo todo dia para assistir à Vovó Mafalda. Quando descobri que ela era homem, acabou todo o encanto.
Celular não existia. Internet era tão distante quanto pisar na Lua. Computador era para empresas e gente rica. Quando meu pai comprou um videocassete, alugávamos quatro, seis filmes em um final de semana. Passávamos o domingo à noite rebobinando fita para devolver na locadora na segunda-feira.
Eu tinha um LP da Xuxa que eu amava. Meu irmão tinha uma fita K7 do Michael Jackson que ele não tirava do aparelho de som super antigo da família. Eu deixava uma fita K7 virgem no som, pronta para gravar minhas músicas favoritas quando elas tocassem na rádio. Quando começava era só apertar o REC e o Play juntos.
E por aí vai. São tantas coisas que não existem mais que sinto saudade cada vez que recebo um e-mail sobre o assunto ou vejo um vídeo. Recentemente, assisti a um comercial do Itaú que mostra crianças de hoje tentando descobrir o que são alguns aparelhos antigos. O videogame Atari foi considerado uma churrasqueira por uma criança. Um dos primeiros disquetes de computador foi usado por outra como capa de CD. É incrível ver a reação das crianças diante do desconhecido. Na hora lembrei do filme Gente Grande, em que o filho mais novo do personagem de Adam Sandler fica surpreso ao ver uma televisão de tubo. Ele pergunta para o pai o que é aquela caixa atrás da TV. É assustador pensar que uma criança de três anos pode não saber o que é uma TV comum.
Bem, o jeito é acompanhar essa evolução e aprender a viver nessa nova realidade. Caso contrário, quem acabará virando peça de museu sou eu. Mas cá entre nós, não é nem um pouco complicado se adaptar às inovações e comodidades desse admirável mundo novo. Mas que dá saudades do toca-fitas amarelo, do Super Sonic e dos Mamonas Assassinas, ah dá! Não tenho como negar.
Um comentário:
As mudanças estão acontecendo com uma rapidez que não dá nem tempo de imaginar.
Quando você compra um notebook já está sendo lançado um tablet bem mais leve, bonito, rápido etc.
Ótima análise dessa transição de tempos!
Beijos
Postar um comentário