Têm horas que o que mais precisamos é de um motivo para chorar. Quantas vezes não desabamos por uma besteira? Ninguém entende porque choramos tanto por causa de uma blusa manchada, um tombo ou um objeto perdido, quando na verdade precisávamos apenas de um motivo para as lágrimas rolarem. Chorávamos mesmo era pelo amor perdido, pelo desemprego, pela solidão, pela falta de perspectiva, pela vida fora do eixo.
Antigamente, eu chorava por qualquer coisa. Mas a vida foi me endurecendo e confesso que não lembrava mais quando fora a última vez que eu havia derramado lágrimas. Mas semana passada eu arrumei um tempo e um motivo para colocar o choro em dia. Desabei.
Por alguns momentos minha vida pareceu não ser mais minha. Chorei por coisas que julgava estarem superadas. Chorei por erros do passado. Chorei por uma situação que achava que estava sob meu controle. Chorei por causa da humanidade. Chorei por causa de pessoas desumanas. Chorei por amores perdidos. Chorei pela falta de amor. Chorei por medo do futuro.
As lágrimas se foram e a minha vida pareceu ter voltado ao normal. Estou forte e sem olheiras. Nenhum vestígio do desabamento. Consegui me recompor, coloquei a máscara de volta, vesti minha capa protetora e voltei para o palco para representar meu papel na sociedade. Quando o copo estiver cheio não vão faltar motivos para ele transbordar novamente. A pergunta é: quanto tempo vai levar para encher de novo?
2 comentários:
É querida Fabi, essa pergunta eu faço a mim mesma desde que descobri o que é a vida. Que ela não é um conto de fadas como eu imaginava, mas sim uma longa caminhada cheia de altos e baixos.
Chorar faz bem, lava a alma das impurezas e pressões que enfrentamos no nosso cotidiano. Mas até quando vai ser assim? Inconstâncias, reclamações, irrealizações, frustraçoes? Qual o tempo que vai demorar para o copo enche de novo e estarmos nós a derramar lágrimas? O que temos feito de errado para o mundo nos tratar assim? NADA. Muito pelo contrário, o mundo mudou, e quem tenta ser o máximo correto, acaba ficando de fora e sofrendo as consequencias.
Mas isso não me faz mudar a forma que sou. Quero apenas encontrar o equilibrio para me adaptar e saber conduzir as situações que me tiram a paz.
Infelizmente, as pessoas mais próximas acabam "pagando o pato" pelas nossas irrealizações, as enchemos com nossas lamúrias, e isso de nada resolve. Falo isso por mim, talvez cheguei a cansar alguns amigos com esse jeito de ser.
Não é fácil encontrar algumas respostas. Quem encontrar algo que se encaixe com essa situação, por favor me diga. Ficarei muito feliz em conduzir isso de forma diferente.
Quem sabe alguem tenha a fórmula para encontrarmos esse equilibrio que tanto buscamos.
Bjos.
Ariane
Uhuu!! Fantástico esse texto, Fabi. Você tem "fotografado" as angústias humanas como ninguém! Bora vestir nossa armadura porque como diz a música da Ana Carolina, "vamos dando risada que a vida nos chama e não dá p chorar..."
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