21/03/2011

Mulher e tecnologia não se entendem

Fui à loja da operadora de celulares para comprar um aparelho novo, já que o meu foi roubado na sexta-feira passada. Vamos ao dilema:

- Pois não, posso lhe ajudar? – perguntou a atendente.

- Vim comprar um celular novo porque o meu foi roubado! – respondi.

- Ah tá, e você já sabe qual modelo vai querer? – pergunta a moça desinteressada pela minha situação. O que ela queria mesmo era me enfiar o aparelho mais caro da loja.

- Então, me explica uma coisa primeiro. Qual é a diferença deste celular que vem com internet (o mesmo que eu tinha antes de me roubarem), um Smartphone e esse tal de Android?

- O Smartphone é um mini-computador. Ele armazena arquivos, faz download etc. O celular normal tem acesso à internet, mas não tem WI FI, nem 3G, ou seja, a internet é lenta. Já o Android é um sistema operacional, tipo o Windows. Você consegue baixar milhões de aplicativos nele.

- Ah tá, então gostei desse aparelho aqui. Achei mais bonitinho. Acho que vou levar ele.

Não entendi bulhufas. O que eu vou fazer com milhões de aplicativos? Eu nem sei direito o que é isso e para quê serve. E por que eu vou querer um mini-computador se eu acabei de comprar um netbook, que pra mim já é um mini-computador?

Melhor usar a intuição feminina nesta hora. Escolhi um aparelho pela beleza, pela marca e pelo preço acessível ao meu bolso.

No final, trouxe pra casa um Smartphone, com câmera de 2MB, 3G, WIFI, o tal do Android, tela touch, GPS e cartão de memória de 2GB. Só achei o aparelho um pouco grande demais para o meu gosto. Deve ser porque tem muita coisa dentro dele. E ainda troquei o meu plano. Agora vou pagar R$ 68,00 por mês e tenho 45 minutos para falar, mais 50MB de internet, mais 45 torpedos, mais 60 minutos para usar à noite e nos finais de semana, mais 800 minutos para ligar para celular da mesma operadora caso tudo isso acabe. Se ainda assim não bastar e eu gastar mais, não ficarei na mão. O valor é acrescentado na conta. Nossa, será que vou dar conta de usar tudo isso? Sinceramente, não sei fazer uma relação entre o que eu gasto por mês e o que tudo isso de vantagem representa. Pode ser que seja menos do que eu preciso, sei lá, ainda estou confusa.

A moça fez tudo o que tinha que fazer, recebeu o dinheiro da compra e disse:
- Seu número já está liberado. Você vai levar o celular na mão ou quer que eu coloque na caixa?

- Como assim liberado? Se alguém ligar pra mim eu já consigo atender?

- Sim. Você já quer levá-lo na mão?

- Não, pode colocar na caixa. Se alguém ligar eu não vou saber atender mesmo. Tenho que aprender a lidar com o aparelho primeiro.

Saí da loja com a sensação de que fiz um ótimo negócio. Não entendi metade do que a moça falou, mas acho que tenho um tesouro nas mãos. Vou até fazer um seguro deste aparelho para, caso ele seja roubado também, eu não me sinta tão lesada.

Corri para o guichê do estacionamento, porque, na verdade, minha maior preocupação era fazer tudo em 20 minutos para não ter que pagar R$ 4,00 por ter deixado o carro no shopping durante a compra do celular. Mas não deu tempo. Passaram-se dois minutos do tempo limite para estacionar de graça. Talvez se eu não tivesse perguntado a diferença entre esse monte de tecnologia, teria dado tempo de sair sem pagar o estacionamento.

Agora estou em casa com o aparelho na mão sem saber como ele funciona. Da última vez que comprei um celular, demorei um mês para me entender com a tela touch. Minha expectativa é bater o recorde. O importante é ir aos poucos. Já testei para ver se toca mesmo. Não gostei da música. O próximo passo é trocar a melodia e tentar começar a recuperar meus contatos. GPS acho que nunca vou usar. A internet sim. Mas isso eu tenho uns 15 dias para aprender como funciona. O tal do Android é melhor eu nem entender para que ele serve. Já não tenho tempo pra nada. Se eu gostar deste troço, vou ter que parar de dormir para dar conta de tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

MELDELS!!!
Fabi, você precisa de aulas de tecnologia.
Com os cumprimentos...