Quem me conhece sabe que nunca gostei de Carnaval. Aliás, sempre torcia para este feriado passar logo. Mas como, excepcionalmente, este ano prometi me abrir mais para novas descobertas, aceitei o desafio de passar o Carnaval no meio do fervo.
E lá se foram eu e minhas amigas encararmos quatro horas de congestionamento na Dutra com destino a São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, cidade que mantém um dos carnavais mais tradicionais do Brasil, com suas típicas marchinhas.
Mesmo em reconstrução, fato que será relatado no meu próximo post, São Luiz preparou uma super festa para receber os foliões. Só no sábado foram mais de 10 mil pessoas no Bloco do Juca Teles, que abre oficialmente a festa na cidade.
A sensação de peixe fora d’água do início foi logo superada por uma deliciosa surpresa, ao me deparar com um carnaval de paz, alegria, gente bonita, diversão e fervo contagiante. A praça central da cidade e as ruas do centro histórico viraram um mar de foliões.
Os moradores de São Luiz costumam sair da cidade nesta época e alugar suas casas para os turistas. São grupos de 10, 20 pessoas em cada casa que passam os quatro dias bebendo, se divertindo e fazendo coisas que não teriam coragem de fazer em suas terras-natal.
As marchinhas de blocos como Juca Teles, Barbosa, Maricota, Pé na Cova e Bico do Corvo estavam na boca do povo. Além dos blocos oficiais da cidade, grupos de foliões faziam a festa com seus blocos, digamos, paralelos. Tinha o bloco da turma do Chaves, dos mineiros do Chile (o mais criativo e original, na minha opinião), o bloco dos Oito, Bexiga Paralisadora e vários outros. Tinha gente andando pela cidade dentro de barril, outro no lombo de um avestruz, vários marmanjos de fraudas descartáveis, fantasiados de vaca, de ursinho de pelúcia, Mulher Maravilha, Batman e muitos outros personagens.
Outras vestimentas que imperavam pelas ruas do centro histórico eram as roupas de feitas de chita ou de retalhos. No sábado, quando chegamos, nos deparamos com uma legião de gente com roupa colorida, traje típico do Bloco Juca Teles. Quem não vai preparado, não precisa se preocupar, pois na praça central há uma feirinha onde é possível comprar todos os apetrechos típicos do Carnaval Luizense. E não tem como não ser contagiada por este clima. Tanto que tratei logo de comprar uma saia de retalhos para me exibir como uma verdadeira foliã de São Luiz.
Depois, com a garrafinha cheia de açaí com vodka - uma mistura um tanto quanto explosiva, já que um dá energia e o outro amnésia – foi só decorar as marchinhas e a folia estava garantida.
Como decidimos a viagem de última hora, acabamos nos hospedando em um apart hotel em Taubaté, a cerca de 45Km de São Luiz. Por isso tivemos que ir e voltar para lá todos os dias.
Como nossa presença, se Deus quiser, está garantida no ano que vem, vamos alugar uma casa na cidade para curtirmos esta festa de pertinho o tempo todo, com direito a bloco próprio e tudo. O Las Chicas começará a ser preparado em breve. Quem quiser se divertir com a gente à moda das marchinhas reserva lugar neste bloco e vamos embora para São Luiz do Paraitinga em 2012. Very Nice!
4 comentários:
Realmente o carnaval hoje em muitos lugares eh carnaval de AXE e FUNK ..... ai nao dah neh .... tem que ser carnaval das antigas .... valeu muito o role.. sabia que todas iam gostar ..
beijao
Bom, sou suspeitíssima para falar sobre São Luis. Trabalhei pelo Iphan em um projeto para o tombamento da cidade e chorei ano passado quando vi a praça tomada pela água...Mas nada como ver a superação e o colorido novamente. O carnaval é realmente maravilhoso...e as marchinhas são as melhores e mais inusitadas...
Minha preferida: "Ooooo Barbosa, essa curva é perigosa, siga em frente nessa linha, que eu vou contar pra tia Rosa". Ooo Barbosa, ai que dor no coração, ooo Barbosa, mete o pé nesse busão...one, two, three, four...Oooo Barbosa..." (e fim!)
Não é engraçadíssimo?
Ano que vem tenta também o Refogado do Sandi, na sexta à tarde, no centro de Jundiaí, Fabi. Tem uma história linda o bloco, e é o espírito do verdadeiro carnaval de rua, além de ser parte da história da cidade. Muito bacana. Aliás, muito legal o blog. Vou passear por aqui com mais calma depois. Beijão.
Acho que ainda mais que a Dri, sou muito suspeita para falar de São Luiz... comecei a trabalhar na cidade em 2007 para fazer o estudo de tombamento pelo IPHAN junto com ela e no ano passado fui chamada para ajudar no trabalho pós-enchente. Lembro que estava viajando quando recebi por e-mail imagens da tragédia e que demorei para acreditar no que tinha acontecido. A cidade parecia ter acabado...
E mais chocante ainda foi ver e sentir tudo isso ao vivo poucos dias depois.
Quem diria que em um pouco mais de um ano a cidade já estaria preparada (dentro do possível) para realizar mais um maravilhoso carnaval!
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