28/02/2011

Tocando em frente

“Ando devagar porque já tive pressa, e levo esse sorriso, porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe, eu só levo a certeza de que muito pouco sei, ou nada sei.”

“Todo mundo ama um dia, todo mundo chora; um dia a gente chega, e no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz.”

Cada um que passa por nossa vida, não passa só. Todos trazem consigo uma bagagem de vida, uma história. São memórias, traumas, emoções, alegrias e tristezas vividas durante todo o período que passaram antes de passarem por nós.

Ninguém aparece em nossa frente novo em folha, pronto para aprender a viver como nós, segundo os nossos princípios. Por isso, temos que respeitar a personalidade e os defeitos de cada um. Julgar é fácil, condenar mais ainda. O difícil é aceitar e aprender a conviver com as diferenças. Está aí a grande vilã da história, a culpada pelo fim dos relacionamentos: a incapacidade de aceitar.

Os incapazes de aceitar os outros como eles são perdem seu tempo pensando em como mudar as pessoas e lamentando por elas não corresponderem as suas expectativas. São egoístas e mesquinhas.

Por isso, fica aqui um conselho. Ao se deparar com pessoas assim, aprenda com elas aquilo que você acha que tem que aprender, mude o que achar que deva mudar, e toque em frente.

Quem compõe a sua história é você mesmo. E só você carrega o dom de ser capaz de ser feliz.

Deixe espaço em sua mala para mais bagagem. Mas só acrescente aquilo que vá fazer diferença durante sua viagem. Caso contrário, o fardo pode ser muito mais pesado do que você é capaz de suportar.

E leve consigo a certeza de que você sabe muito pouco sobre a vida. Ou nada sabe. Afinal, o que é a vida senão uma caixinha de surpresas e uma eterna sala de aula.

Se você não conhece a música Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira, veja o vídeo abaixo e aprenda com ela. Se você já conhece, veja de novo e aprenda mais um pouco.

27/02/2011

O grito do desespero

Se você é solteiro e não tem programa para o fim de semana, é no sábado à noite que o desespero bate. Ficar em casa assistindo Zorra Total e Vai dar Namoro, enquanto os demais se divertem nos bares, festas e baladas, é fim de carreira.

Por isso, ontem, como boas solteiras que somos, para não ficarmos em casa, eu e mais duas amigas terminamos o nosso dia no Beco Fino, quase fim de carreira.

Entre uma conversa e outra, fizemos um balanço do primeiro bimestre de 2011, que começou maravilhoso, com promessas de um ano agitado, cheio de festas, e está terminando de uma forma inexplicável, com tudo o que planejamos descendo pelo ralo.
Além disso, lamentamos, como sempre, a falta de homem no mercado, falamos que gostaríamos de ter O namorado e não UM namorado, filosofamos sobre a vida e chegamos à conclusão de que precisávamos conhecer pessoas novas, pois estávamos ficando sem opções na agenda de contatos.

Deus ficou tão comovido com nossas lamúrias que resolveu nos presentear com dois homens solteiros. Poderiam ser três, mas nem tudo é perfeito. Eles haviam chegado no local um pouco depois de nós e pareciam ser as únicas pessoas interessantes ali.

Depois de um tempo, um deles resolveu se aproximar de nós e, ao dizer Oi, foi recepcionado com um tremendo grito de uma das minhas amigas. Ela estava tão envolvida com seus pensamentos e palavras ao vento que não percebeu a chegada do rapaz, assustando-se e deixando-o sem graça, a ponto de esquecer todo o discurso de aproximação que havia preparado.

No final do episódio, terminamos os cinco bebendo, conversando e rindo muito. Balanço da noite: mais dois nomes para nossa agenda, mais dois leitores para o meu blog e a promessa de convite para nossas festas.

Resolvi contar esta história porque, além de engraçada, ela ilustra perfeitamente uma situação que a maioria de nós temos vivido hoje em dia. Muitas vezes ficamos tão presos aos nossos problemas e lamentações que somos incapazes de olhar para o lado, somos incapazes de perceber o que está rolando ao nosso redor.

Pedimos tanto tantas coisas para Deus que, quando ele atende, não estamos preparados e conseguimos espantar qualquer tentativa de aproximação com um grito. Ainda bem que desta vez conseguimos reparar o erro a tempo. Mas nem sempre temos uma segunda chance.

Desta história, eu e minhas amigas pudemos tirar duas lições importantes:
1 – Cuidado com o que você pede a Deus; ele pode te atender.
2 – Pare de lamentar um pouco e olhe para os lados.

Um dos meninos, sem saber de nada do que estávamos conversando antes de sua chegada, apelidou o grito de minha amiga de “O grito do desespero”. Acertou na mosca!

26/02/2011

Vida acelerada

É incrível como a nossa vida acelera rapidamente. Quando eu era criança vivia sonhando com a fase adulta. Ser independente, trabalhar, tirar carta, poder chegar em casa de madrugada, namorar, comprar o que eu quisesse e não precisar pedir permissão para os pais para fazer nada eram coisas que me encantavam e me faziam querer chegar logo ao mundo dos adultos.

Quando passava o Dia das Crianças, contávamos os minutos para o Natal chegar. E ele não chegava nunca. A ansiedade era tanta que nas vésperas eu nem dormia direito. Hoje o Natal chega e vai embora e eu nem percebo. Quando vejo já passaram também o Carnaval, a Páscoa, o inverno, meu aniversário, o Dia das Crianças, o Natal... E o Ano Novo, que parecia ter sido comemorado há tão pouco tempo, acaba também e dá lugar a um mais novo ainda.

Alguns dizem que o tempo está passando depressa demais. Há momentos em que chego a concordar com isso. Mas o que penso, na verdade, é que o tempo continua o mesmo; é a nossa vida que está mudada. Faltam horas e dias na semana para dar conta dos compromissos. São tantas coisas de uma vez que não temos tempo para parar e ver o tempo passar. Quando eu era criança, sempre ouvia dos mais velhos: “você não vê a hora de chegar aos 18 anos. Quando chegar, o tempo vai passar tão rápido que você vai querer voltar a ser criança de novo”. Eu era feliz e não sabia.

23/02/2011

Ilustres colaboradoras

Além de leitores assíduos, que me cobram posts diários - me inspirando a continuar escrevendo -, tenho ilustres colaboradoras, que conseguem filosofar ainda mais que eu. Elas expõem suas opiniões, sentimentos e pontos de vistas, dando mais sustentação ao que escrevo. Cada comentário valeria mais um texto sobre o assunto.

Por isso, resolvi selecionar alguns comentários valiosos que foram postados no blog e que podem ter passado despercebidos aos olhos dos demais leitores. Vale a pena ler e conhecer cada uma das minhas colaboradoras.

“Às vezes me julgo tanto por não ser quem as pessoas querem que eu seja, mas acho que finalmente estou aprendendo a ser quem EU quero que EU seja” - Ariane Bulgarelli (sensível administradora)

“Na minha opinião, o maior problema de sentir medo é a insegurança. Eu, particularmente, sofro muito com isso. E não acho que seja por covardia, mas, sim, porque penso muito antes de agir. Reflito comigo mesma e sempre me coloco no lugar do outro antes de falar. Tento ser estrategista para tentar relevar muita coisa. Eu estou aprendendo a ter paciência, mas nem sempre é fácil conseguir disfarçar” - Letícia Arcanjo (futura jornalista, cheia de porquês)

“Eu acrescentaria na lista dos medos, o medo de SERMOS NÓS MESMOS. Este medo se chama ANULAÇÃO. Tenho aprendido que por querer ouvir demais as pessoas, às vezes esse medo de sermos nós mesmos nos pega, e qual o resultado? Você deixa de ser quem fazia bem para si próprio.
É bom ouvir conselhos, isso é sinal de que as pessoas se importam contigo, porém é necessário discernimento suficiente para filtrar o que devemos ou não acatar”
- Ariane Bulgarelli (administradora em conflito)

“Acho sim que a culpa é da mulher, e do homem e dessa sociedade que hoje vivemos. Casamento ainda é uma cobrança da sociedade, principalmente para a mulher. E a maioria de nós aceita essa cobrança e não analisa o real sentido de casar-se. Falta tolerância, falta compreensão, falta descer do seu mundinho e admitir seus erros e aceitar o do companheiro. Só paixão, pele, não basta. É preciso o tão falado e procurado amor. E das duas pessoas. Ninguém ama sozinha ou sozinho. E sou da teoria que não dá para ser feliz sozinho, assim como cantou Vinícius de Moraes. Quem é que não quer um amor para a vida toda?” - Adriana Lucena (professora de História e da vida)

“Regra nº01 para o casamento: Ninguém é perfeito! Nem você e nem o cara que escolheu. Acredito no casamento, no companheirismo, no amor... Porém acredito que para ele dar certo é necessário aprender a ceder e abolir a instituição do EU. Num relacionamento o que deve existir é a instituição do NÓS. Dificuldades virão, sim claro, mas a tolerância deve por na balança o que é prioritário: uma vida só sem problemas ou uma vida a dois para dividir os problemas?
Quanto à mulher, penso que temos sim o poder de manter ou não o casamento, pois os homens são bem mais complacentes, esquentam menos a cabeça e somos nós que normalmente podemos direcionar uma relação. Use a tolerância e seja feliz!”–
Jaqueline Braga (administradora e mulher de verdade)

“Algum escritor famoso já falou sobre a teoria da pessoa certa. Que vivemos em busca dessa pessoa, quando no fundo o que precisamos mesmo é da pessoa errada, que nos faça feliz. Na verdade, talvez a pessoa errada ou o homem da nossa vida esteja tão perto que preferimos nos aventurar e insistir na procura, que digamos de passagem, move o mundo de nós mulheres”Adriana Lucena (professora de História e humana, acima de tudo)

“Às vezes ficamos tão presos à rotina, que nos tornamos mecânicos. Quando acontece algo em nossas vidas, como um ‘chacoalhão’, nós achamos que tudo está dando errado, desmoronando, e infelizmente não conseguimos lidar com isso.
Às vezes esses chacoalhões e terremotos são para acordarmos e mudarmos.
Uma vez, uma amiga me disse que o crescimento dói. E hoje estou vendo isso. A mudança serve para nós crescermos e, de alguma forma, isso dói. Dói para nos desenvolvermos, dói quando perdemos um namorado que futuramente não ia nos fazer feliz, dói quando perdemos um emprego que nos faz mal ou dói quando perdemos um amigo.
Cada aprendizagem ou mudança serve para nós evoluirmos de alguma forma, então se algo nos acomete hoje, isso servirá de lição e, mais cedo ou mais tarde, algo bom virá por aí. Acredite”.
Natália Torres (futura e promissora jornalista)

Em breve, mais posts de minhas queridas colaboradoras.
Continuem comentando.

22/02/2011

Hora da faxina

Chega uma hora em que a bagunça é tanta que você não encontra mais nada, não entende mais a vida e perde tempo procurando aquilo que antes estava sempre à mão. Você não se reconhece mais. Seus amigos e familiares não te reconhecem mais. E você se isola, mesmo sem querer. Tudo está tão confuso que você se sente em outro mundo. É como se você não fosse você. E você não sabe dizer em que momento sua vida saiu do rumo. Em que curva da estrada você se perdeu. Você chega ao fundo do poço, e passa a viver em vão, esperando que alguém faça alguma coisa para te salvar da beira do abismo.

Todos nós passamos por momentos assim. Começa com um desentendimento com a pessoa amada, com uma briga com a melhor amiga, com a perda do emprego, com a morte de uma pessoa querida, com uma decepção amorosa. E, de repente, tudo passa a dar errado de uma só vez e sua vida se transforma num inferno.

Você começa a tratar todo mundo mal e a falar mal de todo mundo. Só procura pelas pessoas para reclamar e lamentar seus problemas. E as pessoas começam a se afastar de você. Nem você se suporta. É o limite. É a hora da faxina.

É o momento de reconhecer seus erros, repensar seus atos, reavaliar sua postura, rever conceitos, retomar o caminho. É hora de mudar. Mudar para evoluir; mudar para continuar vivo. É hora de se redescobrir, de se valorizar, de se amar.

Nada acontece por acaso em nossas vidas, e nós somos os únicos responsáveis por tudo aquilo que nos acomete. Não coloque a culpa no outro; não espere que o outro resolva o seu problema. As pessoas nos dão aquilo que elas podem nos dar e não o que queremos que elas nos deem.

Seja dono de sua própria vida e recomece. O recomeço traz a oportunidade do novo. Nenhuma mudança se dá repentinamente. Mas em doses homeopáticas a mudança pode trazer a cura para uma doença antiga e, aparentemente, incurável. A cura para as manias e costumes que nos levam aos tropeços e às quedas constantes.

Cair é necessário para continuar crescendo. Mas levantar-se é fundamental para continuar vivendo.

Faxine-se de vez em quando. Lave a alma. Renove-se. Transforme-se em alguém melhor para você!

21/02/2011

Viciada em entender


“Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo. Quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação” - Clarice Lispector

Sou uma pessoa que precisa estar no controle sempre. Tenho que entender o que está acontecendo, sentir que as rédeas estão em minhas mãos, saber onde estou pisando. Não consigo me acostumar com o que não foi planejado. Por isso, não gosto de surpresas. Tenho medo do novo. Não gosto de luzes apenas no fim do túnel; prefiro o caminho todo iluminado. Sou viciada em entender.

Entender gestos, entender razões, entender palavras, entender emoções. Só não consigo entender que existem coisas que estão além de qualquer tentativa de entendimento. É aí que perco a bússola que me orienta, que me mostra o caminho a seguir.

Sou desorientada para o amor. Não sei ler nas entrelinhas. Não enxergo as oportunidades. Interpreto tudo errado. Penso exatamente o contrário. Tento justificar o que não se justifica. Tento adivinhar o que não é passível de adivinhação. Procuro respostas onde não as vou encontrar. Ajo pela razão quando deveria agir pelo coração; e pelo coração quando deveria usar o cérebro. Perco o chão, as rédeas, a noção. É como se alguém apagasse as luzes. Fico cega. E continuo tentando entender.

“Amar prescinde entendimento. Por isso não sei amar, pois sou viciada em entender”
Martha Medeiros

19/02/2011

Homem está em falta no mercado

Definitivamente, homem está em falta no mercado. Parece até discurso de mulher encalhada. Quem me dera se fosse! Na verdade, é uma constatação. E as estatísticas confirmam isso. Basta verificar.

O mundo está cheio de mulheres lindas, independentes, divertidas, estudadas, com bons empregos, que adoram sair, viajar... e estão solteiras.

Não conheço nenhuma mulher que não sonhe em viver um grande amor. Quando falo em grande amor não confundam com príncipe encantado. Quem já passou dos 20, já aprendeu – ou pelo menos deveria ter aprendido - que, assim como Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, Príncipe Encantado não existe. Sapo sim; e como existe! De todas as espécies.

Encontrar um cara legal - não precisa ser uma beldade, mas que preste pelo menos – está cada vez mais difícil. É como se você fosse no supermercado comprar o produto que você mais gosta e, quando chegasse na gôndola, as prateleiras estivessem vazias. E você até tenta mudar de supermercado, mas se depara com a mesma situação. E o pior! Existem milhares de consumidoras na mesma situação que você. E agora, o que fazer? Procurar um produto similar ou reclamar ao fabricante? Acho que Deus não tem nada a ver com isso.

Para agravar ainda mais a situação, estamos rodeadas de produtos de má qualidade. Homens comprometidos que saem descaradamente com outras mulheres. Homens cachorros que dizem as mesmas coisas para todas as mulheres. Homens que trocam de mulher como trocam de roupa. Homens que trocam a inteligência pela bunda; e a simpatia pelos peitos. Preferem sair com uma porta gostosona em vez de uma companheira para todas as horas.

Bem, mas não é de bom tom generalizar, porque posso estar ofendendo os exemplares do sexo masculino que são de boa qualidade, mas que com certeza já não estão mais disponíveis no mercado.

Bem, devem existir, mesmo que escondidos nos confins do universo, os homens sérios, verdadeiros, companheiros, leais... Aqueles por quem nós largaríamos tudo, aqueles que nos fazem sentir frio na barriga, que nos olham apaixonadamente e que não têm vergonha de demonstrar seus sentimentos. Mas ainda acho que esses homens só são encontrados nas novelas e em filmes românticos de Hollywood.

Temos que encontrar e punir o culpado por essa nova realidade. Será que a culpa é do homem, que aproveita a sua condição de minoria no mercado para fazer o que quer com as mulheres? É da mulher, que tem assumido, muitas vezes, um papel à beira da promiscuidade, se entregando facilmente, dando em cima, vulgarizando-se? Da sociedade, que cobra da mulher cada vez mais beleza, corpo perfeito e tratamentos estéticos? De Deus, que deveria fabricar mais homens e manter a sociedade em equilíbrio? Resposta não encontrada.

O importante é que a esperança é a última que morre.

18/02/2011

Não se fazem mais casamentos como antigamente

Hoje, meus pais completaram 27 anos de casados. Costumo brincar que eles só estão juntos por minha causa, já que minha mãe casou grávida de mim. Naquela época, era um escândalo, praticamente uma desonra, engravidar antes do casamento. Minha mãe conta que minha avó paterna deu um ultimato no meu pai: “Fez mal pra moça, agora vai ter que casar”. Não entendo até hoje porque ela se referiu a mim como um mal.

A história dos meus pais dava um belo romance. Eles se conheceram em uma excursão para o Playcenter. Minha mãe odiou meu pai logo de cara, porque ele era o galã da turma. A mulherada vivia bajulando aquele moreno alto, magro, cabeludo e que usava calças boca-de-sino. Ele sentou do lado dela no banco do ônibus, puxou papo, mas ela disse que estava com dor de cabeça.

Foi na fila do looping que ela reparou no charme daquele moço. E, como numa típica cena de filme romântico água-com-açúcar, minha mãe derrubou um papel no chão e os dois abaixaram ao mesmo tempo para pegar e trocaram aquele olhar fatal. Pronto, começava aí a história da minha família.

Em novembro do ano passado, meus avós maternos completaram 50 anos de casados. Foram cinco décadas de amor, mas também de sofrimento. Juntos, esses dois velhinhos enfrentaram problemas capazes de separar qualquer casal nos dias de hoje. Mas sobreviveram e continuam unidos até hoje, aproveitando os domingos e feriados ao lado de quatro filhos, nove netos de sangue, três netos agregados, uma bisneta de sangue e uma agregada, dois genros e uma nora.

Essas são duas histórias de amor e de companheirismo que infelizmente não estamos mais acostumados a ver. É difícil imaginar um casal que se une nos dias hoje permanecendo junto daqui a 10, 20, 30 anos. É claro que ninguém se casa pensando na separação, porém muita gente desiste do amor na primeira dificuldade que encontra. Tem gente que se separa antes mesmo de terminar de pagar a festa de casamento chiquérrima que deixou todos os convidados impressionados.

Antigamente, a mulher tolerava tudo – traição, alcoolismo, violência, falta de dinheiro – para não se separar do marido e ficar falada na sociedade. Em nome da instituição casamento e dos filhos amargavam uma vida inteira de sofrimento. Hoje em dia, muitas mulheres não toleram sequer a divergência de opiniões com o seu marido, quem dirá uma vida de renúncia.

Minha mãe diz que quem segura um casamento é a mulher. Será que a culpa é feminina por muitos casamentos terminarem em separação hoje em dia?

Digam aí minhas amigas, o que vocês acham?

16/02/2011

Quem tem medo do lobo mau?

O medo toma conta da vida de muitos de nós. E não é só o medo de uma doença, de assalto, da morte. Temos medo de falar, de agir, de demonstrar. Medo de sermos alvo de chacota, de nos humilhar, de nos arriscar, de perder, de fracassar.

Uma dose de medo é saudável, pois nos faz pensar um pouco mais antes de agir e chega a nos impedir de cometer erros graves. O problema é quando esse sentimento toma conta de nossas vidas e nos torna covardes, fazendo com que esqueçamos os nossos objetivos.

A felicidade não vem de graça. Temos que buscá-la, temos que agir, temos que fazer acontecer. Mas na hora H, o medo não nos deixa seguir e somos derrotados mais uma vez.

Reclamamos do nosso emprego, mas na hora de mudar, temos medo de que o próximo trabalho seja pior do que o atual. E isso faz com que amarguemos anos e anos de insatisfação profissional.

Amamos escondidos porque temos medo de falar, demonstrar o sentimento, de arriscar e de sermos rejeitados. A pessoa vai embora, a gente sofre e temos medo de amar novamente.

Não nos envolvemos com as pessoas por medo de sermos traídos, passados para trás, o que nos impede de conquistarmos amigos verdadeiros.

Não conseguimos expor nossas ideias, pensamentos, falar a verdade porque temos medo do que vão pensar de nós.

E por aí vai, são inúmeras as situações que evitamos por medo das consequências.

E a que tudo isso nos leva? A nada. Ou melhor, nos leva à frustração, à decepção, à tristeza, à insatisfação. Isso porque, sem querer, sem perceber, estamos evitando justamente aquilo que mais queremos, que mais buscamos: a nossa própria felicidade.

Fugir da vida, fugir das pessoas, fugir do mundo parece mais fácil do que encarar a realidade, a verdade. Mas se o que buscamos é a felicidade, agir desta forma só dificulta o caminho. Então por que agimos assim? Porque nós aprendemos que, muitas vezes, a covardia é melhor do que o fracasso. E o que tem acontecido é que sofremos por medo de sofrer.

Temos que aceitar que as coisas nem sempre são como gostaríamos que elas fossem. O sofrimento é essencial para a nossa vida. O erro e o fracasso nos ensinam e nos fortalecem. Não somos bonequinhos de cristal, frágeis e intocáveis. Somos seres humanos que erram, fracassam, sofrem, mas que também levantam a cabeça, seguem em frente, aprendem e lutam para alcançar seus objetivos. E quando encaramos a vida de frente, não tem "lobo mau" que nos assuste ou afugente.

13/02/2011

Imperfeita

Confesso, a quem possa interessar, que sempre quis ser perfeita, mas não sou.

Gosto de fazer o que quero sempre. Procuro ouvir a opinião dos outros, mas tenho dificuldades em aceitar críticas. Ouço conselhos apenas de quem eu confio, mas confesso que demoro muito para confiar em alguém. Tenho um mundo próprio. Não deixo as pessoas entrarem nele com facilidade. Mas, com muita alegria, informo que já estou mudando isso.

Gosto de me iludir com filmes românticos, achando que um dia vou viver um amor assim. Gosto de cheiro de mato, de terra molhada e comida feita no fogão a lenha. Adoro andar descalço. Gosto de viajar com as amigas e de conhecer lugares diferentes. Amo Ilhabela e tenho curiosidade em conhecer o Sergipe. Não sou fã de comida diferente. Gosto de música sertaneja. Adoro dançar. Não gosto de surpresas.

Tenho um sorriso fácil e sei ser sociável quando quero. Não gosto de gente que se acha, de gente lerda, de gente grossa, de gente medíocre. Odeio quem só reclama e não corre atrás da vida. Odeio quem vive a vida alheia. Mas confesso que também sei reclamar e futricar sobre a vida dos outros. Eu sei ser cruel.

Gosto de ser elogiada e reconhecida. Mas não vivo em busca disso. Estou longe de ser a melhor profissional, a melhor filha, a melhor amiga. Mas me esforço para ser melhor a cada dia. Não gosto de ser bajulada. Odeio puxa-saco.

O único sentimento que sei disfarçar é o amor. O resto está na minha cara. É fácil saber se estou feliz, triste, doente, com medo, de mau humor, com raiva.

Aprendi com Shakespeare que quando estou com raiva, tenho o direito de estar com raiva, mas não tenho o direito de ser cruel. Por isso, tento, com muito esforço, ficar calada em momentos de fúria. Mas tenho pavor de injustiça, ignorância, falta de respeito e de educação. Nestas situações, é difícil segurar a língua.

Aprendi com o Veríssimo que não existe a pessoa certa em nossa vida e, sim, a pessoa errada. E confesso que adoro sonhar com a pessoa errada. Já me apaixonei proibidamente, loucamente e já fui atingida por um amor à primeira vista. Tenho um amor platônico pelo Sorocaba.

Aprendi com a Martha Medeiros que a dor que dói mais é a saudade. Saudade do tempo que não volta mais, da pessoa que se foi, dos bons momentos. Saudade daquele olhar, daquele sorriso. Saudade de quem está longe.

Vivo de extremos. Tenho medo de ir ao médico e descobrir que sou bipolar. Costumo chorar quieta com a cabeça no travesseiro, quando ninguém está por perto. Desabo e tenho a sensação de que não vou sobreviver mais um dia. Mas aí Deus acalma meu coração e me faz ver que a vida continua. Afinal, o mundo não para pra que eu possa juntar os cacos e recomeçar. Mais uma que aprendi com Shakespeare.

Aprendi com o Nuno Cobra que não devo pedir nada para quem não gosta de fazer nada, porque quem não gosta de fazer nada está sempre ocupado. Aprendi que esperar retorno das pessoas erradas só prejudica a mim mesmo. E estou aprendendo a não me decepcionar com quem não vale a pena.

Acredito em sonhos, mas nem sempre corro atrás deles. Acredito em Deus, mas confesso que não rezo muito, nem vou à missa todos os domingos. Peço para Deus me mostrar o caminho certo, mas não sei interpretar a maioria dos seus sinais. Faço promessas para Santa Rita de Cássia. Não acredito em reencarnação, embora tenha a sensação de que algumas pessoas já passaram pela minha vida anteriormente. Prefiro acreditar que elas foram enviadas por Deus especialmente para cruzarem meu caminho.

Aprendi com a minha mãe que quando todo mundo está errado e só eu estou certa é porque a errada sou eu. Sempre penso nisso antes de julgar alguém e busco outras opiniões antes de condenar.

Aprendi com Adriana Lucena que pessoas cristãs, com espiritualidade, devem perdoar as pessoas de coração vazio e mente oca. Afinal, elas nunca vão saber o verdadeiro valor da vida. Mas confesso que tenho dificuldades em perdoar quem me fere. Costumo transformar a mágoa em desprezo. Preciso praticar mais a minha espiritualidade.

Já pensei em fugir e largar tudo. Já quis me esconder de mim mesma na Europa, no Canadá, nos Estados Unidos e até na Austrália. Mas percebi que, mais do que dinheiro, o que me faltava era a coragem. Também percebi que nunca vou conseguir fugir de mim mesma. Terei que conviver comigo a vida inteira.

Sou guerreira, mas não sou corajosa. Tenho medo de passos largos e de aventuras. Tenho medo de montanha russa, embora minha vida seja feita de altos e baixos. Tenho medo da torre, embora muitas vezes sinta que minha vida está em queda livre. Adoro o looping, porque ele me coloca em velocidade e me deixa voltar atrás e dar a volta por cima.

Amo o meu trabalho, a minha família, os meus amigos. Aprendi com o meu pai a ser honesta e a respeitar as pessoas. Aprendi com o meu avô Manoel Mataveli a ser brincalhona e a rir até nos momentos ruins. Aprendi com o meu avô Joaquim Gonzaga a ser generosa e a escutar ofensas calada.

Aprendi a querer aprender, e a não desistir da vida, a não desistir de mim.
Apesar de cheia de defeitos, hoje posso dizer que sou melhor que dez anos atrás e que, com certeza, daqui a dez anos serei melhor que hoje. Afinal, aprendi com o Pedro Bial que só o que está morto não muda. E morte é uma coisa que definitivamente não faz parte da minha vida imperfeita.

12/02/2011

Um mundo de faz de contas


Os tempos mudaram. A tecnologia, a internet, o MSN, o Facebook, o Twitter, o Blog, ou seja, as facilidades do mundo moderno estão fazendo com que as pessoas percam o contato pessoal. As exigências do trabalho, dos estudos e da sociedade em geral também contribuem para esta realidade. Conversar pessoalmente, cara a cara, olho no olho, está se tornando cada vez mais raro.

Deve ser por isso que as pessoas estão perdendo uma característica fundamental no ser humano: a sinceridade. Nunca foi tão difícil conseguir falar a verdade. E por causa disso estamos acostumados a nos submeter a situações que não gostamos, aceitamos, ou para as quais não estamos preparados, por receio de dizer a verdade, de dizer não, de magoar alguém. E deve ser por isso também que estamos cada vez mais solitários e tristes.

Dizer a verdade, ser sincero é essencial; faz bem ao ser humano. O problema é que muitas vezes costumamos encarar a sinceridade como uma afronta, como uma crítica destrutiva, uma ameaça. E só depois de muita discussão, perda de amigos e reflexão é que percebemos que aquela pessoa que foi sincera conosco estava certa. Mas aí entramos em um outro dilema: admitir que estávamos errados. Então, entramos em crise.

Como o ser humano é complexo! E como a vida é simples, porém fazemos o favor de complicá-la. O ser humano se acostumou a mentir, a viver de fantasias, a fingir ser o que não é, a esconder a verdade, a sufocar os sentimentos. O ser humano se acostumou a viver sob pressão, a se esconder, a acreditar em demagogias, a sofrer e a se conformar com situações adversas. As pessoas fingem dizer a verdade, a gente finge que acredita, a sociedade finge que não enxerga a realidade e fica tudo bem.
E neste mundo de faz de contas, falar a verdade, mesmo que doa, mesmo que provoque situações ruins, ainda é uma virtude do ser humano. Ser sincero ainda é benéfico.

Acredite nisso! Dizer as palavras certas, na hora certa, para a pessoa certa pode salvar uma alma perdida se ela for tocada. E aí, meu amigo, é que a gente percebe o quanto vale a pena ser diferente no mundo moderno, o quanto vale a pena cultivar valores aprendidos em casa e que geralmente se perdem na primeira esquina, o quanto vale a pena ter a alma pura, sincera e livre da tirania do mundo.

05/02/2011

Para o que der e vier

São 8h15 de um sábado ensolarado. Estou acordada desde as 6h. Fui dormir à meia noite depois de passar uma hora e meia arrumando malas. Não saí ontem, pois precisava me preparar para o que vem pela frente. Acordei pensando no futuro e no passado.

Pensei na semana que está terminando e na que vai começar sem que eu tenha tempo de descansar. Pensei na festa de aniversário da minha amiga hoje, em Piracaia (SP), e em ter que acordar às quatro para chegar a tempo de partir, a trabalho, para Águas de Lindoia (SP) amanhã. Pensei na semana intensa que me espera.

Pensei também na semana agitada que vivi. O universo feminino é muito complexo, às vezes traz plena felicidade, às vezes cansa. Estou na correria desde domingo:

Almocei com a família; fiz a unha do pé; fui pra balada com as amigas; trabalhei até mais tarde; participei de reuniões; terminei projetos importantes; busquei a aprovação de outros; conversei bastante; troquei experiências com as amigas; fomos às compras; fomos a um barzinho; fiz depilação; limpeza de pele; tirei a sobrancelha; criei um blog; atualizei o blog; li e-mails, respondi, apaguei; abri minhas páginas nas redes sociais todos os dias; pesquisei preços na internet; dei conselhos; recebi conselhos; conversei com Deus, com a minha mãe, meu pai, irmão, cunhada e tio; brinquei com a minha cachorra; cuidei da alimentação; descuidei da alimentação; comi chocolate; fiquei sem comer; paguei minhas contas do mês; transferi uma grana para a poupança; comprei torta de chocolate para comemorar o aniversário de uma pessoa; pensei no presente que tenho que dar como madrinha de casamento; fechei um curso de inglês; arrumei minhas malas.

Em resumo, foi o que fiz durante a semana. E ainda terminei com a sensação de que deveria ter feito mais. Faltou resolver o problema do som do meu carro e mandar lavá-lo; faltou pedalar na minha bicicleta ergométrica recém-comprada, cuja conta foi paga esta semana; faltou me alimentar melhor para manter a dieta em pé; faltou finalizar alguns projetos no trabalho; faltou tempo. Sobraram cansaço e olheiras.

E agora já estou atrasada para tomar banho e depilar as pernas; checar água, óleo e calibrar os pneus do carro; comprar umas peças de roupa para levar na viagem; comprar bebida para o aniversário; pegar uma amiga na casa dela; fazer a unha da mão e partir para mais uma semana de vida, pronta para o que der e vier.
O que será que vem pela frente?

Por que você quer continuar vivo?

Algum dia você já parou para pensar na resposta desta pergunta? Algum dia você já se fez esta pergunta? Já parou para pensar no motivo da sua existência?

Em 2008, quando um professor do curso de pós-graduação fez esta pergunta para a minha turma, todos pararam o que estavam fazendo e começaram a pensar. A nossa lição para aquela semana era encontrar a resposta para esta pergunta. No início parecia simples, afinal todo mundo quer continuar vivo. Ou pelo menos todos que estavam ali. Mas o motivo para continuar vivendo é mais difícil de se encontrar.

Não estamos acostumados a pensar em nossas vidas. Porque corremos o tempo todo, trabalhamos demais, estudamos demais, cuidamos da aparência, compramos roupas, calçados, gastamos com baladas, com happy hours com os amigos, fazemos churrascos, viajamos, vamos ao cinema... Mas quase nunca paramos para pensar no motivo pelo qual estamos aqui, no motivo pelo qual as coisas acontecem em nossas vidas e por que nós queremos continuar vivos.

Alguns poderiam responder: "Ah! Porque eu amo a minha vida". Mas acabam se entregando à primeira doença, ao primeiro problema que surge. Outros podem falar: "Porque tenho uma missão a cumprir aqui na Terra". E passam a vida toda sem saber que missão é essa, e vivem por viver.

Se nós aprendêssemos a parar um pouco mais para pensar em nós, na nossa vida, na nossa existência e no porquê das coisas acontecerem naquele momento, daquele jeito e com tais consequências, com certeza seríamos mais felizes, menos frustrados, reclamaríamos menos, conquistaríamos mais objetivos.

Quantas pessoas foram salvas da queda do avião da TAM, em julho de 2007, em São Paulo, porque perderam o vôo ou trocaram o dia da viagem? Talvez no momento em que perdeu o vôo, o passageiro ficou revoltado, nervoso, pois não chegaria a tempo a um compromisso importantíssimo, por exemplo. Porém, com certeza, quando recebeu a notícia da queda do avião, deve ter agradecido a Deus e ficado com a sensação de "nasci de novo".

Se, muitas vezes, nos recusamos a entender e a aceitar coisas que acontecem em nossa vida contra a nossa vontade, como é que queremos estar preparados para descobrir o motivo pelo qual queremos continuar vivos?

Antes de responder a essa pergunta, precisamos aprender a entender que certos acontecimentos em nossa vida são necessários para que possamos conseguir algo que queremos. Que um fato ruim hoje pode ser fundamental para o algo bom de amanhã.
Só quando passarmos a compreender a nossa vida e o que acontece com ela é que teremos a resposta para o porquê de se querer continuar a viver.

03/02/2011

Invista em você



Ao longo da vida, vamos superando obstáculos, vencendo desafios, colecionando sucessos e derrotas. Aprendemos muito, lutamos, adquirimos experiência, conquistamos bens materiais, ganhamos status. De acordo com nossas possibilidades compramos imóveis, carros, joias, sofisticação e conforto, investimos em tecnologia, viajamos pelo mundo. Algumas pessoas dizem que conseguem até comprar amigos e felicidade com o dinheiro que têm.

Em meio a todo esse exagero provocado pelo consumismo é necessário parar e pensar que bens materiais perdem o valor, a graça, o sentido. Bens materiais, adquiridos muitas vezes com tanto esforço, podem ser roubados de nós.

Por isso, fica aqui um conselho valioso e famoso. A única coisa que não pode ser roubada de nós é o que está em nossa mente. Sentimentos, lembranças e conhecimentos que o nosso cérebro assimila e arquiva ao longo de nossas vidas nunca serão tirados de nós.

É fato que quando o nosso corpo e a nossa mente começam a envelhecer, já não temos mais a mesma memória, já não guardamos mais tantas informações, nem assimilamos as coisas tão bem quanto quando éramos jovens. Porém, a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo da vida transformam-se, na nossa velhice, em sabedoria, que será transmitida às novas gerações que buscarão amanhã, o que buscamos hoje.

Porém, enquanto jovens, temos sonhos, anseios e vontade de conquistar o mundo. Estabelecemos metas, planejamos o futuro e queremos sempre mais. Todos buscam o mesmo objetivo - a felicidade e o sucesso em todos os campos da vida - e cada um faz do seu jeito.

Existem aqueles que correm atrás do bonde e lutam para conquistar seus objetivos. São os esforçados, determinados, vitoriosos. Para os frustrados, esse perfil de ser humano é considerado sortudo, ou seja, aquele que nasceu com “aquilo virado para a lua”.

Outros querem que o bonde os carregue para todos os lugares de graça e ainda “sentados na janelinha”. São do tipo que esperam ganhar na loteria para realizar seus sonhos, mas sequer gastam alguns reais para fazer o seu jogo. Vão ficar sentados ou encostados a vida toda, reclamando, sem conseguir nada, enquanto esperam alguém fazer alguma coisa. Aloou! Cada um já tem sua própria vida para administrar e, hoje em dia, ninguém tem tempo para administrar os problemas alheios. O único tempo que arrumam é para fofocar sobre você e criticar suas atitudes. Vamos acordar?

Há ainda aqueles que ficam esperando o bonde passar, pensando na “morte da bezerra” e, quando ele passa, perdem a oportunidade e sequer correm atrás. São os acomodados. Bem, pelo menos esses não reclamam tanto. Apenas sentam e esperam o próximo bonde, correndo o risco de perderem novamente.

Quer outro conselho? Não deixe a oportunidade passar. Também não espere pelos outros. Vá atrás por si só. Lembre-se de que você é o dono da sua vida e é você quem tem que administrá-la. Os ícones da humanidade não conquistaram o sucesso e deixaram seus nomes gravados ficando sentados em frente à televisão assistindo “Big Brother Brasil”. Até porque, na maioria dos casos, nem BBB e nem TV existiam ainda. O que quero dizer é que eles foram atrás, lutaram, enfrentaram as derrotas de cabeça erguida, foram humilhados e não desistiram. Alguns foram condenados e morreram por seus ideais. Não estou dizendo que você precisa morrer por uma causa. Mas se você não for atrás, vai morrer em vão.

Você tem faculdade? Faça uma pós. Você tem pós? Faça um mestrado. Você fala inglês? Aprenda espanhol, japonês, hindu... Invista em você, conquiste seu espaço, ganhe seu dinheiro e aproveite-o bem. Viaje, tenha momentos de lazer, entretenimento, invista em bons relacionamentos, preserve a família. Faça a vida valer a pena.

Ainda não existe borracha para apagar o passado, bola de cristal para prever o futuro, gênio da lâmpada para realizar seus desejos, nem fórmula mágica para parar o tempo. O que existe são sementes que você planta no presente para colher no futuro. E o sucesso da colheita depende única e exclusivamente de você.

02/02/2011

Espelho e travesseiro


Alguém pode me dizer qual é o limite entre o certo e o errado, o belo e o feio, o sensato e o sem noção, o normal e o ridículo? Quem dita as regras? Quem pode julgar? Quem tem o direito e o poder de nos apontar o dedo e nos condenar? As respostas estão no espelho e no travesseiro.

Se ao se olhar no espelho após um porre seguido de um vexame você se arrepender, é porque você foi ridículo.

Se ao colocar a cabeça no travesseiro após uma briga com o seu amor você não conseguir dormir, é porque, de alguma forma, você estava errado.

Somente quando você se depara consigo mesmo e com sua consciência é que você consegue entender e estabelecer os limites das coisas. E agradeça a Deus se você consegue fazer isso, porque muita gente não tem essa capacidade.

Tem gente que nunca fez um exame de consciência na vida, nunca pediu desculpas por uma ofensa, nunca ficou sem dormir por causa de uma discussão. À frente do espelho não enxerga nada além de seu próprio ego.

Pessoas assim não conhecem o sentido das coisas, não sabem porque vieram ao mundo e passam pela vida sem fazerem a diferença.

Você faz a diferença quando ouve um conselho, quando cede seu ombro a um amigo, quando pede desculpas, quando chora por um amor, quando ri das brincadeiras de uma criança. Você faz a diferença quando pensa menos em você e dedica um tempo ao outro, quando deixa de apontar o dedo no sentido acusatório e aponta no sentido "chamatório". "Vem aqui, vamos conversar!". Você faz a diferença quando ouve calado os absurdos vindos da boca de uma pessoa em fúria. Você faz a diferença quando não é indiferente.

O ser humano é uma criatura falha, cheia de defeitos, preconceitos, passados que condenam, atitudes que revelam, comportamentos que surpreendem. Mas se tem uma qualidade digna do ser humano é a capacidade de se arrepender, mudar e recomeçar. De tentar outra vez. De fazer a diferença.

Mas para isso é preciso saber o limite das coisas. É preciso ter equilíbrio. É preciso entender e valorizar a importância do espelho e do travesseiro.

01/02/2011

Diário moderno


Nunca fui de escrever em diários, mas sempre gostei de expressar meus sentimentos através das palavras. Deve ser por isso que fui estudar jornalismo.

Ter um espaço só meu, onde eu pudesse escrever o que eu quisesse e na hora que me desse vontade sempre foi um sonho. Afinal, profissionalmente, tenho que escrever o que o trabalho exige de mim.

Pensei muito antes de tomar a decisão de expor meus textos na internet, livres para quem quisesse ler, interpretar, aprender, odiar, criticar. Não lido muito bem com críticas. O medo de errar e ser julgada talvez seja o principal obstáculo em minha vida.

Porém, aproveitando o início de mais um ano e, com ele, as oportunidades de mudanças, resolvi rever meus conceitos e receios.

E, aqui estou, expondo minhas ideias e dando as boas vindas a você, amigo, parente ou apenas um internauta que não tem o que fazer e viu este blog por um acaso. Conto com você na leitura do material publicado aqui. Estou aberta a críticas e sugestões (estou disposta a mudar mesmo. Vamos ver até quando isso dura).

Prometo ser fiel aos meus leitores, sincera em meus textos e sensata nos meus desabafos. "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo". Vamos ver até que ponto consigo transformar esse sentimento universal em palavras escritas por duas mãos.

Sejam bem-vindos!