26/05/2012

Paixão pela vida

Quando fico um tempo sem atualizar meu blog, sempre vem um amigo e pergunta o por que. Fico feliz em saber que meus leitores sentem faltam dos meus textos. Mas a resposta é muito simples: não tive vontade ou tempo de atualizar. Tenho uma amiga que diz que para se ter um blog é necessário ter uma frequência de atualização, tipo uma vez por semana, sempre às quartas-feiras. Desta forma, meus leitores sabem quando terão um texto novo em folha para lerem. Boa dica a dela, mas eu não sigo e não pretendo seguir.
Criei este blog porque sentia falta de escrever e, principalmente, de escrever sobre o que eu quisesse. Sou jornalista e, diferente de muitos que se formam em jornalismo, eu gosto de escrever. Nunca tive a pretensão de ser a próxima Fátima Bernardes nem de retratar tão bem a vida quanto Martha Medeiros. Confesso que escolhi jornalismo por falta de opção e por não querer parar de estudar. Fui muito incentivada pelo meu avô Manoel Mataveli a escolher essa profissão. E, no final, descobri que era isso mesmo que eu tinha que fazer. O jornalismo é uma das minhas paixões, assim como minha família, minhas amigas, o voleibol, o meu trabalho e o meu blog. E paixão pra mim é fazer aquilo que se gosta durante o tempo em que isso seja prazeroso. E é por isso que muitas vezes largo o blog de lado. Por que durante um tempo ele deixa de ser prazeroso, por falta de inspiração, vontade ou por qualquer outro motivo. E quando isso acontece, eu prefiro parar de escrever que fazer por obrigação.

E é mais ou menos assim que tudo acontece na minha vida. O trabalho, por exemplo, acredito que temos que amar aquilo que fazemos, já que passamos dez horas ou mais no local de trabalho, e ficamos mais tempo ao lado de pessoas “estranhas” do que de nossa própria família. E, hoje, o trabalho é uma das minhas paixões. O dia em que eu acordar de manhã e já não enxergar mais motivos para ir trabalhar, é porque a paixão acabou. E quando a paixão acaba não tem porque insistir. Melhor encerrar o ciclo e iniciar uma nova etapa.

E assim vou tentando me livrar de tudo o que me faz mal e focar naquilo que me dá prazer em fazer. Embora nem sempre isso seja possível, a paixão sempre vai ser meu critério para continuar ou não levando uma situação adiante, em qualquer sentido. Em alguns momentos, posso até me precipitar (já perdi boas oportunidades por não ter paciência de esperar), mas no geral, fazendo aquilo que gosto sempre e não me sentindo obrigada a empurrar com a barriga, é o que me torna uma pessoa mais feliz e menos pedante para os outros.

Uma das coisas que mais me incomodam é gente infeliz, amarga e pessimista. Gente que não sabe o que está fazendo no mundo e por isso atrapalha a vida dos outros. Dizem coisas absurdas a respeito da vida alheia quando na verdade está se referindo a si mesmo, mas não tem discernimento e Inteligência suficiente para assumir. Pessoas assim não sabem o que é ter paixão por alguma coisa e se deixar levar por ela, semeando boas energias. Pessoas assim talvez nunca se apaixonaram na vida por nada, nem ninguém. Suas únicas paixões são o espelho e o prazer de incomodar a vida alheia. Pessoas assim não suportam a felicidade dos outros, como se isso fosse uma afronta.

É por isso que prefiro fazer apenas aquilo que me traz prazer e deixar de lado o que me incomoda. Posso até me precipitar e perder o controle de vez em quando (afinal, não dá para sorrir 100% do tempo), mas nunca carregarei o peso de ser indesejável e insuportável o tempo todo. O tipo de pessoa que ninguém quer por perto e tratam bem por obrigação ou educação. O dia em que isso acontecer é porque perdi totalmente a paixão pela vida e me tornei inútil no mundo.