Hoje, meus pais completaram 27 anos de casados. Costumo brincar que eles só estão juntos por minha causa, já que minha mãe casou grávida de mim. Naquela época, era um escândalo, praticamente uma desonra, engravidar antes do casamento. Minha mãe conta que minha avó paterna deu um ultimato no meu pai: “Fez mal pra moça, agora vai ter que casar”. Não entendo até hoje porque ela se referiu a mim como um mal.
A história dos meus pais dava um belo romance. Eles se conheceram em uma excursão para o Playcenter. Minha mãe odiou meu pai logo de cara, porque ele era o galã da turma. A mulherada vivia bajulando aquele moreno alto, magro, cabeludo e que usava calças boca-de-sino. Ele sentou do lado dela no banco do ônibus, puxou papo, mas ela disse que estava com dor de cabeça.
Foi na fila do looping que ela reparou no charme daquele moço. E, como numa típica cena de filme romântico água-com-açúcar, minha mãe derrubou um papel no chão e os dois abaixaram ao mesmo tempo para pegar e trocaram aquele olhar fatal. Pronto, começava aí a história da minha família.
Em novembro do ano passado, meus avós maternos completaram 50 anos de casados. Foram cinco décadas de amor, mas também de sofrimento. Juntos, esses dois velhinhos enfrentaram problemas capazes de separar qualquer casal nos dias de hoje. Mas sobreviveram e continuam unidos até hoje, aproveitando os domingos e feriados ao lado de quatro filhos, nove netos de sangue, três netos agregados, uma bisneta de sangue e uma agregada, dois genros e uma nora.
Essas são duas histórias de amor e de companheirismo que infelizmente não estamos mais acostumados a ver. É difícil imaginar um casal que se une nos dias hoje permanecendo junto daqui a 10, 20, 30 anos. É claro que ninguém se casa pensando na separação, porém muita gente desiste do amor na primeira dificuldade que encontra. Tem gente que se separa antes mesmo de terminar de pagar a festa de casamento chiquérrima que deixou todos os convidados impressionados.
Antigamente, a mulher tolerava tudo – traição, alcoolismo, violência, falta de dinheiro – para não se separar do marido e ficar falada na sociedade. Em nome da instituição casamento e dos filhos amargavam uma vida inteira de sofrimento. Hoje em dia, muitas mulheres não toleram sequer a divergência de opiniões com o seu marido, quem dirá uma vida de renúncia.
Minha mãe diz que quem segura um casamento é a mulher. Será que a culpa é feminina por muitos casamentos terminarem em separação hoje em dia?
Digam aí minhas amigas, o que vocês acham?
3 comentários:
Acho sim que a culpa é da mulher, e do homem e dessa sociedade que hoje vivemos. Casamento ainda é uma cobrança da sociedade, principalmente para a mulher. E a maioria de nós aceita essa cobrança e não analisa o real sentido de casar-se. Falta tolerância, falta compreensão, falta descer do seu mundinho e admitir seus erros e aceitar o do companheiro. Só paixão, pele, não basta. É preciso o tão falado e procurado amor. E das duas pessoas. Ninguém ama sozinha ou sozinho. E sou da teoria que não dá para ser feliz sozinho, assim como cantou Vinícius de Moraes.
Quem é que não quer um amor para a vida toda?
Eu espero ter encontrado o amor para a vida toda. Acredito sim que casamento é pra sempre, mas com os pés no chão. Também admiro quem está junto por tanto tanto tempo. Meus pais estão há 32 anos juntos, isso só de casados. Nesse tempo aconteceram muitas coisas, boas e ruins, mas nada que pudesse acabar com o amor que eles sentem.
Todos temos manias e o que todos também devemos ter, é respeito com a atitude e escolha do outro. Quando o ser humano começar a pensar nisso, muita coisa mudará. Os casamentos durarão mais, as amizades também, pois a vida é feita de escolhas.
Eu quero que o meu casamento seja como os de antigamente. Quero viver toda minha vida compartilhando tristesas e alegrias com o Diego. Enfim... acredito muitooooooo no amor pra vida toda.
Beijos
Regra nº01 para o casamento: Ninguém é perfeito! Nem você e nem o cara que escolheu...
Acredito no casamento, no companheirismo, no amor... porém acredito que para ele dar certo é necessário aprender a ceder e abolir a instituição do EU. Num relacionamento o que deve existir é a instituição do NÓS. Dificuldades virão, sim claro, mas a tolerância deve por na balança o que é prioritário: uma vida só sem problemas ou uma vida a dois para dividir os problemas?
Quanto a mulher, penso que temos sim o poder de manter ou não o casamento, pois os homens são bem mais complacentes, esquentam menos a cabeça e somos nós que normalmente podemos direcionar uma relação. Use a tolerância e seja feliz!
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